terça-feira, 18 de julho de 2017

Mendigues espiritual: uma valiosa lição na história de quatro mendigos da Bíblia

Aprendendo com os quatro mendigos da Bíblia
Bartimeu (Mc 10.46-47)
Lázaro (Lc 16.20-21) 
O cego (Jo 9.8)
O coxo (At 3.2)

Na minha adolescência eu li um livro que me deixou muito reflexivo. Tânia Zagury em "A Rampa" narra a história fictícia de Alberto, um engenheiro civil respeitado que mora num aconchegante apartamento com sua família. Esse personagem vive sucessivas situações de percas. Sua vida vira uma "rampa" levando-o a viver como um mendigo.

A palavra mendigo significa "aquele que sobrevive pela caridade do outro".

Lendo a história de Bartimeu, Lázaro, o cego de nascença e o coxo da Porta Formosa, o Espírito Santo me convenceu de também podemos viver dias de mendigues espiritual. Muitos de nós podemos estar vivendo dias em que nossa espiritualidade está decaindo como numa rampa, em decadência. Alguns podem até lembrar de dias, momentos ou de uma fase de glória tão grande... E se acostumarmos a ter uma vida espiritual em declínio, poderemos estar chegando perto de sermos mendigos espirituais.

Veja, amado(a) irmão(ã), a história destes quatro mendigos da Bíblia e permita que Santo Espírito fale contigo:


A Palavra do Senhor mostra que este mendigo estava na entrada de Jericó, à beira do caminho.
E de forma breve, o versículo relata que Jesus passou por ali, entrou em Jericó, esteve lá e saiu acompanhado por uma grande multidão e por seus discípulos. E, repare, foi neste momento que Bartimeu levantou a voz e clamou "Jesus, filho de Davi, tem misericórdia de mim". Ou seja, Jesus passou pelo mendigo, esteve por algum tempo em Jericó e, somente na sua saída, é que Bartimeu pediu socorro. Um pedido de ajuda um tanto quanto demorado feito apenas na saída do Senhor.

Verdade é que, se você está passando por problemas sérios, não espere tanto pra levantar sua voz. Jesus pode já ter passado bem perto de você... Você já deve ter ouvido grandes histórias do que Ele já fez... E, agora mesmo, pode ser esse momento "de saída" do Senhor, não perca a oportunidade e clame por socorro! Na cena bíblica, alguns até tentaram silenciar a voz do pedinte... Verdade é também que quando estamos ficando quase à beira do caminho, vozes de acusação vem tentando nos silenciar... Se for teu caso, meu querido, aumente o volume da sua voz e, como fez Bartimeu, grite "Jesus, filho de Davi, tem misericórdia de mim"! Não espere tanto pra pedir ajuda...

Há dois fatos sobre ele. Tinha chagas, que eram lambidas pelos cães, e tinha fome, que o fazia desejar o alimento do rico. Seu desejo não era tanto pela cura, embora suas chagas fossem terríveis. Ele desejava alimento. Queria se alimentar mas não podia. Os Lázaros de hoje também estão desejosos por alimento. Ele tem feridas, chagas, mas sua alma anseia mesmo é pelo alimento. Ele entende que ser for alimentado, suas chagas serão curadas. Mas, note, há algo entre ele e o alimento. Uma porta que está fechada.

Lázaro teve um grande galardão no céu. Devemos sempre termos essa viva esperança. Mas repare ainda na cena. Ele doente, a porta fechada, e o alimento após a porta. A cena retratada na história contada pelo Senhor, pode ilustrar muito bem a situação que passamos por diversas vezes. Essa porta há de se abrir. Tem que ser aberta. Os nutrientes daquele alimento são capazes de revigorar e curar toda mazela da alma. Cristo é esse alimento. O Pão Vivo que desceu do céu. Devemos abrir a porta de nossos corações para recebermos esse alimento. Principalmente quando estiver ferido.


Sua situação de cegueira é declarada já no início do texto. Porém, sua mendigues, apenas mais adiante. Começa cego, e mais tarde, é declarado mendigo. Há pessoas assim. Não conseguem ver o que se passa ao seu derredor. Perderam a visão. Não tem mais foco. Não possuem percepção. Como o cego de João capítulo nove, os de hoje sempre foram cegos, de nascença mesmo. É uma herança pecaminosa. Ou essa visão se abre, ou logo o estado de mendigues será declarado!

Interessante notar que somente depois que seus olhos foram abertos é que sua situação de mendigues foi declarada. Que o Espírito Santo abra nossos olhos o mais rápido possível para podermos ver a real situação em que nos encontramos. 

Foi trazido à porta do templo. Não conseguia ir só. Ele precisava que outros o levassem. Não entrava no templo, pois entendia que suas necessidades poderiam ser atendidas apenas na porta do templo. Oh que triste situação. Uma deficiência na alma.

Os coxos de hoje também precisam serem carregados para chegarem à igreja. Até sabem que possuem necessidades, mas não se envolvem, preferem ficar apenas na porta.

No texto do terceiro capítulo de Atos, os dois apóstolos olharam para os olhos do coxo. Ele teve que levantar a cabeça. Em seguida, foi encontrado fé em seus olhos. Isso é muito sugestivo. Levantar a cabeça e ter uma fé verdadeira encontrada nos olhos. Que isso seja soprado a todos que ainda precisam ir ao templo carregado pelos outros. É a esposa que só vai se o esposo ir. O filho que só vai se a mãe for... estes que quando vão, ficam apenas "na porta". 


Pense nisso...

Quatro mendigos, uma valiosa lição. Seja o Bartimeu que demora a levantar sua voz de socorro, o Lázaro ferido que anseia pelo alimento, o cego que mais tarde foi declarado mendigo e o coxo que precisava ser levado pelos outros para ficar apenas na porta... cada uma dessas histórias nos mostram que, mais que a cura física que cada um recebeu, houve um também um tratamento interno, na alma. 

A vida espiritual de um humilde servo do Senhor pode ter momentos de "rampa". São declínios que precisam ser tratados antes que ele chegue a um estado de mendigues espiritual. Esses humildes servos precisam levantar a voz de socorro o quanto antes. Precisam desejar o alimento do Senhor para cura de suas incômodas feridas. Precisam ainda que o Espirito abra seus olhos para enxergarem sua real situação. E, por fim, precisam sair da porta e entrarem de vez no templo!

Amém.

Bispo Erisvaldo Pinheiro Lima
Mensagem ministrada em Junho de 2017
Comunidade Evangélica Arca da Aliança.

2 comentários:

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